Há algum tempo passado

No ano 2004

Houve em Coromandel

Pequeno e notável fato.

Socialmente falando

Não foi de muita importância

Mas no quesito CULTURA

Foi de certa relevância.

Para os que não a conhecem

Eu posso aqui informar

Ser município mineiro

Aliás, lindo lugar.

Cidade com ruas largas

Avenidas bem cuidadas

Com PAINÉIS de "boas-vindas"

Instalados nas "entradas".

Um povo hospitaleiro

Que abraça o visitante

Dois filhos daquela terra

São por demais importantes

Gerson Coutinho da Silva

E também Abel Ferreira

Sertanejo e erudito

Ambos com belas carreiras.

Há cerca de 20 anos

Alguém teve a idéia

De fazer compilar LETRAS

Que agradassem platéias.

Repertório de Goiá

Fora então pesquisado

Pra distribuir aos fãs

Em um livro editado.

Dezenas de letras foram

Muito bem catalogadas

Pelo escritor Lúcio Flores

Para depois ser lançadas.

O evento então contou

Com presenças importantes

Menotti & Fabiano

Ainda, iniciantes.

Lá, foi maestro Pinóquio

No meio, tão conhecido

Filho e filha de Goiá

Em honra ao pai querido.

Representando a Imprensa

Esteve Cleiton Aguiar

Radialista em Brasília

Também filho do lugar.

Por parte do BAIXO CLERO

Eu também me fiz presente

Representando Goiânia

Junto com um meu parente.

Quem teve a iniciativa

Residia em Vazante (MG)

Não foi coronandelense

O autor da idéia brilhante.

Há 3 pontos na cidade

Onde Goiá é lembrado

O famoso Poço Verde

Em RECORDAÇÃO cantado.

Seu BUSTO na G. Coutinho

E o Pé de Cedro plantado

À cabeceira do túmulo

Assim que foi sepultado.

Por falar em Pé de Cedro

É aí que o bicho pega

Pois há fatos do passado

Que a história renega.

Goiá não plantou em vida

Tal como fez Zacarias

Um arbusto em Coxim

Tal como se dera um dia.

E, só após 20 anos

Voltou à terra querida

Se vendo emocionado

Com a história de sua vida.

E à Virgem Santa Sagrada

Uma prece quis fazer

Q junto ao seu Pé de Cedro

Desejaria morrer.

Portanto, caros leitores

É coisa muito esquesita

Coromandel insistir

Num falso cartão de visita.

Como pode uma cidade

Que possui tão boa gente

Não ter ninguém na Cultura

Que enxergue diferente?

Há anos este poeta

Faz das tripas coração

Tentando "abrir os olhos"

Daquela população.

Para fazer ver a eles

A injustiça que se faz

Atribuindo a Goiá

Um plágio grave demais.

Até mesmo o meio artístico

Deveria lucubrar

Após pensar no assunto

Decidir me apoiar.

Estou sozinho na LUTA

Porém, não desistirei

Goiá é merecedor

E "BUNDÃO" eu não serei.

A "cegueira" da cidade

Até parece um mistério

Para que se acovardar

Diante de algo tão sério?

Eu falo aqui de CULTURA

Tão importante num povo

Não tirando o Pé de Cedro,

Volto ao assunto de novo.

Prefeito Fernando Breno

E os 11 vereadores

Eu muito agradeceria

Se atendessem a meus clamores.

Sobre o assunto em questão

Pensem um instantezinho

Em resgatar a memória

Do grande Gerson Coutinho.

No texto repetitivo

Que insisto em escrever

Sou uma voz solitária

Sempre pagando pra ver.

Quem dera os demais artistas

Viessem estar do meu lado

Todos contra o Pé de Cedro

Em Coromandel plantado.

Pois Goiá teve um irmão 

Chamado Nelson Coutinho

Com quem tive amizade

E que "se foi" há pouquinho.

Ele sempre me dizia

O q conservo em meu credo

Que o mano jamais pedira

Lhe plantassem Pé de Cedro.

E quem praticou o ato

Não teve má intenção

Em plantar arvorezinha

Sem ter autorização.

Mas, o arbusto cresceu

Sem se ter observado

Falso CARTÃO DE VISITA

Totalmente equivocado.

O seu tronco hoje tem

Também a mesma largura

Do jazigo do poeta

Sobre sua sepultura.

Parece que a madeira

Quer mostrar a robustez

Da injustiça cometida

Que ali se plantou de vez.

Enfim, meu texto assemelha

A um "bate e assopra" ao contrário

Peço desculpa ao leitor

Se lhe pareço hilário.

Primeiro falei da cidade

Com seus belos atributos

Mas depois "desci a lenha"

No que de errado reputo!

(*) Valdecy Borges é jornalista e advogado (UFG), filho de Arnaldo Fernandes e de dona Jacy Borges, fundadores do distrito de Jacilândia no município de Itapirapuã. Valdecy nasceu em Bonfinópolis-GO em 1948, morou em Itauçu, mudou-se para Jussara em 1955. Atualmente reside em Goiânia.